O Circuito Urbano de Arte se despede da Rua Sapucaí e parte para Praça Raul Soares, uma das referências de Belo Horizonte, encruzilhada de diversos caminhos, afetos, culturas e experiências. Na coletiva de imprensa, as curadoras e responsáveis pelo CURA contaram os motivos da escolha e eu fiquei encantada!
Se o mirante da Sapucaí nos convoca a ver as obras de forma espacial, na Praça Raul Soares a ideia é também incorporar o visto. Na praça, o público estará no centro e as novas empenas, são 3 no total – serão como entidades, que nos olham e nos guardam. Até arrepio de pensar na beleza disso. Quem as conduziu até lá, foi as águas da avenida Amazonas. Em suas margens, encontramos a “Selva Mãe do Rio Menino”, de Daiara Tukano; a primeira empena pintada por uma artista indígena no mundo, realizada no festival de 2020.
Porque a Praça?
A Praça Raul Soares tem uma característica que a torna única na cidade: seu piso em mosaico português com motivo marajoara, povo indígena considerado extinto, mas que segue vivo em seus descendentes.
No centro da praça está a fonte, cujo contorno nos remete à imagem da Chakana, a cruz Inca, povo originário do Peru, país onde é a foz do rio Amazonas. Ela possui doze pontos, cada um dos quais divididos em terços que representam três mundos: o mundo inferior, que é o mundo dos mortos; o mundo que vivemos, que é o mundo dos vivos; e o mundo superior, que é o mundo dos espíritos. Ao ler os signos deste novo território, compreendemos ainda mais o que guiou a curadoria desta edição.
Esta mesma praça que guarda a cultura dos povos originários do rio Amazonas é considerada o centro geográfico, o marco zero de BH, e por ela cruzam avenidas que conectam as regiões oeste e leste, central e sul da cidade. Mas, para além das travessias, a Praça Raul Soares é, sobretudo, um lugar de encontros de pessoas e de histórias, é lugar de toda a gente.
O novo território abriga também o maior monumento modernista de Minas Gerais: o edifício JK. Projetado em 1952 por Oscar Niemeyer, é composto por área comercial e duas grandes torres residenciais, que se destacam na paisagem da capital mineira. No próximo sábado (23/10), às 19h, essa imagem se tornará ainda mais icônica. Uma das fachadas do edifício receberá uma intervenção em forma de projeção pelo Coletivo JK. Uma obra do artista Eder Santos, parte da programação do CURA.
A projeção relembra a forma como a Raul Soares foi e é um espaço em disputa, que hoje se estabeleceu como um importante território de convivência LGBTQIA+. Uma história que deve ser contada, pois é necessário lembrar do combativo passado de uma militância que não se deixou abater pelo preconceito.
O Cura tem como idealizadoras e curadoras Priscila Amoni, Janaina Macruz e Juliana Flores. São duas curadoras convidadas para esta edição, Naíne Terena e Flaviana Lasan, além do Giramundo. O grupo mineiro de teatro de bonecos, reconhecido internacionalmente e que acaba de completar 50 anos de história, será responsável por uma inédita instalação de arte urbana.
Vai de 21/10 a 02/10 na Praça Raul Soares
Não perde! Um beijo.
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