Domingo passado, dia 06/12, como sabem foi a corrida mais importante para a nossa cidade: Volta Internacional da Pampulha.
Essa prova adquiriu a fama por ser uma das poucas com o apoio da Rede Globo, portanto conta com uma organização e visibilidade bem maior que as outras corridas que acontecem por aqui!
Tenho que confessar, que a #VoltadaPampulha não é difícil apenas pela sua distância de 18 km (quase uma meia maratona!). Apesar de ser um percurso plano, o clima por lá sempre é: ou chuva ou sauna! Rs. Além disso, a Lagoa possui muitas curvas, e para quem não aprendeu a tangenciá-las, pode tornar-se um problema: você corre mais do que precisa.
A ultima vez que corri por lá foi há 4 anos atrás, quando fiz meu melhor tempo, e também sofri mais! Fiquei um pouco traumatizada e fugi dela por alguns anos. Esse ano resolvi corrê-la: afinal, é A prova da minha cidade!!!
Fiquei impressionada como a organização melhorou, como os corredores melhoraram (!!!) Mas o caso que quero compartilhar nesse post, muito mais que meu tempo (1:23) e treinamentos… É a história do meu primo, Lucas Gonzales (26 anos) que me emocionou muito.
Há 4 meses atrás: – “Natyyy! Vou precisar da sua ajuda! No primeiro culto do ano da minha igreja, dei uma palavra sobre metas, desafios e fazer algo diferente em 2015. Eu prometi no pulpito que ia dar a Volta na Lagoa da Pampulha! E agora lembrei que tá quase chegando, eu ainda não fiz nada….e tô ferrado!!!”
E foi assim que Lucas, um gigante de 2.05m, pé 47, saiu do sedentarismo depois de 4 anos. Ele jogou tênis de pequeno, mas desde entrou na universidade, começou a trabalhar muito, casou-se, e passou a considerar o esporte como “lazer” erroneamente, como muitos fazem.
Há um tempo, o aconselhei a entrar para o pilates (que sou fã), e a situação dele melhorou, rs. Há 4 meses, ajudei com algumas dicas e treinos para correr a Volta da Pampulha. Confesso que no fundo, senti pena, pois achava que ele iria sofrer demais, e aquela não seria a prova que indicaria para um estreante. Mas, adoro pessoas ousadas, corajosas e que se desafiam. E amei poder ajudá-lo nessa etapa!!! Todos os dias ele me mandava mensagem com dúvidas, perguntas e os feedbacks dos treinos, e eu ficava muito feliz!
Mas de tudo, o que mais me emocionou foi que, “logo de cara”, ele já sentiu e aprendeu quase tudo que eu tento “passar” sobre a corrida para as pessoas.
A mudança que a corrida opera em nós, ao contrário do que muitos pensam, começa de dentro para fora. Me apaixonei por correr, não somente pela endorfina e e aquela sensação “boa”; mas principalmente por todos os ensinamentos que ela nos traz. Apesar de correr há 13 anos, até hoje me emociono, aprendo, reflito e me mudo.
A CORRIDA É UMA METÁFORA DA VIDA.
Após correr os 18 km, Lucas, meu primo, compartilhou na igreja em que ele é Pastor as seguintes lições:
“Morei na Pampulha 21 anos e nunca nem caminhei na lagoa. Pra mim era loucura, todo mundo doido! Durante meus treinos, percebi que a corrida é como nossa corrida na vida cristã. Como já disse o apóstolo Paulo: “Corramos com perseverança a corrida que nos é proposta.” “Não sabem que os corredores numa corrida correm todos, mas apenas um recebe o prêmio? Correi de tal modo, que o possais alcançar.” — 1 Cor. 9:24.
Lucas, aprendeu que para correr com perseverança, é preciso muito mais que fôlego e boa alimentação.
Precisei mudar a cabeça e meus hábitos. Para mim não tinha nada demais dormir até tarde no domingo… Mas se eu queria conseguir completar a prova, tinha que acostumar a mudar meus hábitos e minha mente “preguiçosa”. É preciso ser humilde e pedir ajuda a quem “sabe mais” que você. Precisei procurar pessoas que entendiam mais que eu sobre a corrida. Buscar informações e me preparar. Não adianta me encorajar e não me preparar. É importante torcer e compartilhar as conquistas. Fugi das pessoas que me desanimavam. Dividi meus treinos e conquistas graduais apenas com aqueles que torciam e me incentivavam. Seja um incentivador de pessoas. E ao mesmo tempo, não tenha medo de compartilhar sua alegria. Não dê ouvidos para os pessimistas. Ter disciplina. Foi a parte mais difícil. Acostumar a correr cansado, com vontade de estar em outro lugar. Sacrificar nosso corpo e nosso “eu” é um treinamento muito mais espiritual que físico. Acreditar na própria capacidade de superação. Você precisa acreditar que é capaz. Assim como na vida cristã, Deus disse que não nos daria fardo maior do que podemos suportar. Assim como na corrida, saber que “damos conta” e repetir isso continuamente para nós mesmos, é fundamental. Dar o primeiro passo, mesmo que seja “no escuro”. Fui um dos primeiros a me inscrever na prova, e não tinha idéia de como começar a correr. Deus quer que primeiro “coloquemos o pé” para depois ele colocar o “chão” debaixo deles. Fé e coragem são características de um vencedor. “Quanto maior o desafio, maior deve ser a nossa vontade de vencer!!!” Não adianta escolhermos um desafio que temos certeza que damos conta. Ele não provocará em nós nenhuma mudança marcante e nenhuma alegria extraordinária!
E no final, ele ainda completou: – “Naty, Ano que vem quero baixar meu tempo!!!”
Hahahha Ameiiii!!!!
Fica aqui o incentivo de alguém que se propôs a passar por momentos de mudança e desafios. A vida deve ser assim: com sossegos e apertos, dificuldades e conquistas, lutas e vitórias! Se não for assim… sua vida vai apenas “passar” por aqui. E não é isso que queremos: A VIDA É SÓ UMA!
Vamos correr para pegar esse troféu único, que com certeza: ESTÁ DENTRO DE NÓS!!!!
Beijos!!!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.