Vou começar o texto de hoje, esclarecendo o que é uma MARATONA.
As pessoas, usam o termo para se referirem a qualquer prova de rua. Não é. Maratona é uma prova de corrida que tenha a distância oficial de 42.195 km. Foi inventada pelos gregos há muitos anos. Segundo a lenda, foi a distância percorrida por um mensageiro ateniense da cidade de Maratona até Atenas, para avisar ao exército que eles tinham vencido. Bem – o mensageiro morreu de exaustão, tadinho! Rsrs
Depois disso, a distância foi oficializada na prova de atletismo dos primeiros Jogos Olímpicos (Atenas 1896). Hoje, 2016, correr uma – ou muitas – maratonas é a principal “meta” dos corredores apaixonados.
Saber quando é a “hora” de encarar uma maratona, é uma individualidade de cada um.
O coração tem que sentir o desejo.
Comigo, aconteceu aos 19 anos, de uma forma muito mágica. Já havia feito 4 meias-maratonas (21km) e estava no “primeiro” auge da minha paixão pela corrida. Na época (2007) nós não tínhamos tantas informações sobre o esporte e eu era assinante de todas as revistas que existiam!
Lembro que recebi a Revista O2, em que a capa era a foto do Arco do Triunfo. Era uma matéria completa sobre a Maratona de Paris. Estava viajando com meus pais, e me lembro direitinho: ao abrir a reportagem, comecei a chorar e arrepiar durante a leitura. Foi algo sobrenatural. Meus pais assistiram a cena, me perguntaram o que era. Eu respondi com os olhos cheios de lágrimas: – “Quero correr a Maratona de Paris”. “- Uma viagem para o exterior – para correr?!”. Me senti um tanto mimada, cheia de desejos. E fiquei envergonhada de ter pedido aquilo para eles.
Era abril e as inscrições para o próximo ano já iam abrir. Guardei aquela emoção dentro de mim….
Em outubro, encontrei um amigo que me disse: – Naty, estou indo para a Maratona de Paris!!! Vamos?!! Muita gente de BH indo ano que vem! Entra no site porque as inscrições estão acabando.
Pronto! Era o sinal que eu precisava!!!
A noite, entrei no site e vi: Disponíveis apenas 5 mil das 40 mil vagas. E foi assim que, com a sensação de criança fazendo coisa errada , entrei pé ante pé no quarto dos meus pais, abri a carteira dele e roubei o cartão de crédito. E assim, garanti a minha inscrição!
No café da manhã, contei a “arte” para eles, e, em vez da bronca, meu pai riu, dizendo: “Vc tá ficando doida!!! Maas… Quem sabe…” (Meus pais sempre torceram e incentivaram meus sonhos no mundo do esporte!)
Assim, comecei a devorar livros, revistas e quis me informar de tudo. Comecei os treinos em novembro, by myself. Fazia meus longos com o disk man nas mãos. Kkkkkk
Em janeiro dois amigos estavam se formando em Educação Física e me adotaram para me treinar de verdade. Assim montaram a Assessoria Esportiva deles, e me ensinaram muito…. E aproveito aqui pra agradecê-los mais uma vez! (Fábio Avelar e Flavinho Vianna).
Em abril de 2007, com meus 19 anos, completei minha 1 maratona, em 3:38hrs. Fiquei em 3 lugar na categoria! E foi uma experiência única. A primeira vez é única.
Corri na pureza: 2 sachês de gel de banana, um Polar basicão e muita alegria! Naquela época não tínhamos tantos produtos, tecnologias e preliminares que temos hoje. Conheci uma dor física que nunca havia experimentado antes. Começou pelo pé…. e no KM40 lembro que senti dor até para abrir a boca e beber água. Não foi fácil.
Mas de tudo, a chegada foi a cena mais emocionante: Chorava muito de felicidade e comecei a querer abraçar todos a minha volta! Parecia uma menina bêbada em fim de festa. Hahahaha! E estava mesmo: bêbada de endorfina, alegria, superação e energia!
Nas outras maratonas que fiz, a sensação é quase a mesma. “Quase”. A parte boa das maratonas seguintes é que vamos aprendendo a controlar a dor; nosso corpo começa a responder mais rápido e nossa recuperação também acontece de forma mais acelerada. Para quem pensa em encarar a sua primeira: Geralmente o caminho é sem volta!
Se prepare!
Pedi algumas informações mais técnicas para meu treinador, Adriano Sacchetto para uma melhor orientação:
A maratona na carreira de um atleta, seja ele amador ou de elite, podemos dizer que seria aquele objetivo principal e mais desafiador. Envolve uma disciplina muito grande em planejar todos os seus dias, como dietas, prevenções de lesão e o treinamento de corrida, é claro.
Para Iniciar este planejamento da corrida, são feitos alguns testes de campo. Após estes testes, o período de base do treinamento consiste entre 12 a 15 semanas. Neste período o atleta é desafiado em volume, força, potência e curtos estímulos de velocidade.
Após o resultado deste longo período de 12-15 semanas o atleta entra no período específico: tempo de trabalhar seu ritmo de prova nos treinos, desde intervalados curtos entre 400-800 e 1000m, até os treinos longos ritmados, que variam de 18 a 32km.
Este período específico é individual e depende do resultado do treinamento de base de cada atleta. É importante encaixar algumas competições como provas resultantes ao treinamento trabalhado. Nelas podemos avaliar e testar alimentação e equipamentos até então usados nos treinos. Isto é muito importante. É durante uma competição que o atleta realmente é testado, não só o treinamento, mas também sua alimentação e seu equipamento como tênis, uniforme, etc.
O atleta pode estar muito bem treinado. Mas um desconforto com a roupa utilizada ou a ingestão de algum alimento não assimilado antes; pode colocar tudo a perder. Portanto, simulações anteriores ao grande dia, são muito importantes.
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Crédito das Fotos: Natália Vasconcelos
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.