Que foi um erro tapar os córregos e rios da cidade, a gente aprende no dia a dia a cada chuva mais forte que recebemos de São Pedro, né? A nossa querida cidade planejada, foi escolhida, inclusive pela natureza, devido a diversidade de das nascentes e a serra. Por algum tempo, as grandes avenidas ainda mantinham seus rios aparentes, mas com o passar dos anos, a cidade foi expandindo e as várias encostas e rios foram sendo canalizados e cobertos. Um erro.
Não sei se você já reparou, mas depois das últimas chuvas devastadoras do início do ano, placas foram colocadas sinalizando onde passam os córregos em Belo Horizonte. O projeto chama “Entre Rios e Ruas”, da artista plástica Isabela Prado, e prevê a sinalização de todos os córregos canalizados dentro do perímetro da Av. do Contorno, em Belo Horizonte.
No total, serão aproximadamente 230 placas e, nos dias 19 e 20 de novembro serão instaladas as últimas 33. As placas sinalizam o Córrego Mendonça, afluente do Córrego Acaba-Mundo. O percurso a ser sinalizado se inicia na Rua Levindo Lopes com Av. do Contorno, e segue pelas ruas Antônio de Albuquerque, Alagoas, Santa Rita Durão, e Pernambuco, até chegar na Avenida Afonso Pena, próximo ao Palácio das Artes.
A ideia é fazer emergir o que resta da memória a respeito dos córregos de Belo Horizonte, trazendo visibilidade a eles que, uma vez canalizados e cobertos, foram historicamente apagados da paisagem e da memória da cidade.
Dois livros para você saber mais sobre o assunto. o “Lição: Se essa rua fosse um rio”, livro que foi o resultado do projeto da própria artista Isabela Prado. E “Rios invisíveis” de Alessandro Borsagli.
Será que a gente pode sonhar que um dia essa situação será revertida?
Beijos
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.