Eu fui e adorei me sentir parte da cidade, dessa maneira de novo. Vivendo, ocupando, curtindo. Convivendo. Encontrando. O baixo centro de Beagá está tomado por ondas eletromagnéticas coloridas, pessoas animadas, bons encontros e arte! É a Festa da Luz!
Tantas pessoas ali… tirando muitas fotos, compartilhando com o mundo o quanto é legal viver na cidade que a gente vive. De emocionar qualquer coração, ainda mais o nosso, que está a tanto tempo isolado. Calma, parece que está muito cheio nas fotos, mas as pessoas estavam espaçadas. Dá para ir com tranquilidade e segurança. Leve alcool e vá de mascara!
A Festa da Luz foi idealizada pela Associação Cultural Casinha e pela Híbrido Comunicação e Cultura e é uma coprodução das duas com a Pública, produtora do CURA – Circuito Urbano de Arte, que acontece no mesmo período. O Sula, novo restaurante, bar e espaço cultural, comandado pela Híbrido e localizado no Edifício Sulamérica, foi espaço oficial da Festa da Luz.
O tradicional edifício Itatiaia, ali na rua da Bahia, em frente à Praça da Estação, recebe trabalhos de video mapping de cinco artistas: Ani Haze (BA), Bah (MG), Notívago (RJ), Bianca Turner (SP) e Carol Santana (RJ). Projeções de arte em luz num diálogo poético com as formas e histórias da arquitetura desta construção que traz consigo 70 anos de lembranças coletivas.
Na estação de metrô, tem também. O icônico túnel, já tomado por intervenções artísticas em suas paredes, é como um portal onírico. Subir as escadas que estão iluminadas e coloridas, em direção à Sapucaí. A direita e observe o edifício Chagas Dória, na esquina: há uma instalação de laser criada pelo artista Denilson Baniwa (AM) e pelo VJ Homem Gaiola (MG).
Do outra lado da rua, a escrevivência de Conceição Evaristo é luz, sombra e poesia; num letreiro em neon projetado pelas arquitetas Laila Gonçalves e Andréia Barbosa Gomes do escritório Duas Ideias. No meio de tudo isso, há várias surpresas e ações, como a ação de ocupação do hipercentro do Projetemos.
Caminhando, você vê o Viaduto Santa Tereza em festa: aqui é onde a magia acontece. A pálida luz branca se liberta nas cores do arco-íris; a instalação é feita de tubos de led e foi criada pelo VJ 1mpar (MG) em parceria com a produtora Tassia Junqueira.
À direita temos a rua Aarão Reis, espaço de tantos encontros, carnavais, ocupações. Os prédios, logo acima do Teatro Espanca!, recebem as projeções mapeadas de Video Makino (MG), Grazzi (DF), Le Pantoja (RJ), Valentino (CE) e biarritzzz (PE). Três horas de luzes dançando em uma experiência psicodélica múltipla.
À esquerda, na Serraria Souza Pinto, há uma instalação neon âmbar com a tag do artista Goma. Pixo é arte? E quem é que define o que é ou não é arte? Já parou pra pensar? Que a gente reflita e desloque o pensamento!
Virginia e Hugo Hugo Sasdelli
E tem mais. As fachadas dos edifícios Sulacap/Sulamérica vão se transformar com obras de video mapping de AlineX (MG), Coletivo Coletores (SP), Keila Sankofa (AM), Mary Gatis (PE) e Laura Campestrini (DF): as questões e as lutas coletivas, a cidade e nossas inquietações serão iluminadas.
Ainda ali, no vão entre as duas construções, teremos a instalação Poéticas Leituras dos arquitetes Bel e João Diniz, filha e pai. Esta obra, assim como as instalações do Goma e o de Conceição Evaristo, ficará exposta por mais 6 meses, um legado da Festa da Luz para a cidade.
O festival abre um caminho iluminado. É um convite pra deixar a luz entrar nos vazios deixados pela saudade que a pandemia trouxe.
É um presente pra cidade. Em forma de luz, festa e encontros. Viva!
Até hoje a noite! www.instagram.com/festadaluz.art
Um beijo!
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