Nossas relações precisam de limite.
Quando falamos em limite logo nos lembramos daqueles limites que os pais devem dar aos filhos e que, se quisermos aprofundar o assunto, teremos considerável número de artigos e textos que abordam o tema.
A proposta aqui não é focar no limite apenas nos vínculos entre pais e filhos, mas colocar o limite como algo essencial a todas as nossas relações. Os relacionamentos que estabelecemos durante a vida são extremamente importantes e é desta forma também que crescemos, desenvolvemos, aprendemos e amadurecemos. Mas algo está sendo camuflado nas relações. Algo que deveria ser natural torna-se superficial devido à dificuldade em delimitar o espaço que cada um pode ocupar e entrar uns na vida dos outros.
Quando as pessoas deparam com outros indivíduos que conseguem fazer este movimento de delimitar o espaço do outro, pode soar estranho e, até mesmo, surpreender aquele que não dá conta de fazer da mesma forma. Algo que deveria ser feito por todos, muitas vezes, pode incomodar quando vindo de outra pessoa.
A questão do limite pode estar ligada a própria dificuldade da pessoa em dar e aceitar seu próprio limite e, por isto, ela acaba não gostando e/ou aceitando quando ele é imposto por outro indivíduo. Pessoas que passam por cima dos seus próprios limites para agradar ou serem aceitas pelo outro e que tem dificuldade em dizer “não”, muitas vezes estão precisando trabalhar suas próprias questões e se fortalecerem para encarar com a mesma naturalidade o “sim” e o “não”.
Há aqueles que percebem e aproveitam desta dificuldade em impor limites de determinadas pessoas para se beneficiarem e tirar o que há de mais proveitoso e quando, por alguma razão, em algum tempo, este limite é dado, esta relação sofre um abalo ou, até mesmo, pode ocorrer o rompimento deste vínculo.
Relacionamentos amorosos, familiares, de amizade, todos precisam funcionar de forma respeitosa e empática para serem bons para ambas as partes. Assim, quando há um abuso ou um exagero de alguém, isto deve ser falado para que não se torne padrão, ou seja, para que não aconteça outras vezes. Assim, fortalecemos as nossas relações e melhoramos nossa comunicação. Mas, pode ser que, haja dificuldade do outro entender o limite colocado e entendê-lo de forma deturpada. Caso isto aconteça, é necessário entender que a dificuldade não é de quem põe o limite, e sim de quem não o entende ou admite.
A palavra limite tem origem latina; que quer dizer margem, fronteira. Margens e fronteiras precisam ser delimitadas e cuidados são necessários para não ultrapassá-las.
Relações mais maduras tem maior probabilidade de terem estes limites falados e aceitos. Pessoas que percebem e levam em consideração suas próprias restrições e têm consciência de que o limite faz parte da sua totalidade, conseguem lidar melhor com os limites dos outros.
Até o próximo!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.