Fui conhecer a nova exposição da Casa Fiat de Cultura: “O Corpo e a matéria” e descreveria a experiência como incrível. Gente, conhecer uma mostra com os artistas presentes, explicando o que foi pensado, como a produção aconteceu, quais materiais usaram e qual o sentido que aquela obra tem pra cada um deles, faz muita diferença. Como eu já disse aqui, acho que arte é muito particular. Cada um interpreta de acordo com suas vivências e isso é o mais legal. Agora, poder ouvir o que o criador pensa da sua criatura, também não é nada mal, né? Quero sempre! Você também pode ter essa experiência. Vou te contar como logo mais…
Outra coisa que eu adorei, foi que no momento da minha visita, a montagem estava nos finalmentes. E eu nunca tinha presenciado montagem nenhuma de obras de artes em museu. Fiquei encantada. Que organização! Pessoas pintando as paredes de branco (imagino que entre uma mostra e outra isso aconteça), nível a laser para deixar os quadros retinhos na parede e o maior cuidado (claro!) com cada obra.
Vamos a exposição! São mais de 20 obras entre esculturas, pinturas, instalações e videoarte dos artistas italianos Paolo Grassino e Luigi Mainolfi. A mostra de arte contemporânea italiana inspira questionamentos sobre a atualidade a partir de experimentações com a matéria e o corpo. Essa é a primeira vez que Grassino expõe suas obras no Brasil e Belo Horizonte foi escolhida por ter um panorama cultural italiano muito forte. Que orgulho né?
Por lá, uma situação que reforça mais ainda isso que eu disse aí em cima. Em uma das instalações, a obra “Per sedure gli insetti” consiste em um tanto de tubos ondulados, cabos elétricos emaranhados, uma cadeira e luz. É uma metáfora sobre a sociedade moderna que se atrai e se apega as futilidades na esperança de que isso ressignifique sua existência, assim como os insetos são atraídos pela luz e voam em volta da lâmpada em um esforço inútil. Quando chegamos a ela, pedimos para que a lâmpada fosse ligada, e a pessoa responsável por isso disse: “Mas e esse fios? Porque estão assim?” estranhando aquela confusão de fios. Taí, a beleza de uma obra de arte. Cada um enxerga de um ponto especifico de acordo com sua vida. A instalação é a representação de uma armadilha para o ser humano e pode ser entendida como uma critica ao consumismo, ou pode também, ser vista como uma confusão de fios que alguém deseja muito organizar.
Artistas jovens com grande experiência, usam matéria comum. A de Paolo Grassino é matéria contemporânea, na qual a espuma sintética, a resina, o alumínio, o tubo enrugado, os cabos elétricos e as lâmpadas constroem as suas reflexões. Luigi Mainolfi usa uma matéria mais tradicional trabalhada com experimentação, na qual a terracota, o bronze, o aço e a cor tornam-se o sentido e a alma da obra.
Mainolfi expõe o conjunto de esculturas Terre Nova – Nove terras especialmente projetada para essa exposição. São nove esferas de diferentes tamanhos, feitas de terracota e representa a descoberta de um novo mundo. A peça simboliza o encontro de culturas e o conhecimento sendo expandido quando conhecemos novas terras. Eu adorei!
Quer ouvir mais sobre a exposição? Dá o play aí!
Dica: durante a exposição os artistas participam do Programa educativo aos sábados, domingos e feriados. São grupos de até 20 pessoas, que juntas fazem o percurso temático. Crianças, adolescentes e adultos são super bem vindos. Não paga nada, mas precisa de inscrição prévia. Pergunte se tem vaga quando for.
Programa educativo: Que bicho é esse? – crianças de até 10 anos, das 10:30 as 12:00 | Era uma vez, uma obra de arte – Jovens e adultos, das 14:00 as 16:00 | Arte Contemporânea – Métodos, processos e materiais: Adultos, das 16:00 as 18:00.
Onde é: Casa Fiat de Cultura – Praça da Liberdade. Quando ir: até 03 de dezembro terça a sexta de 10:00 as 21:00 | sábado, domingo e feriado de 10:00 as 18:00. Quanto custa: Gratuito. Curadoria é do crítico de arte italiano Alessandro Demma e a expografia do arquiteto italiano Edoardo Fontana. Dependendo do dia acha vaga fácil.
Fotos: BH DICAS
Se for, me conta hein?
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