Gastronomia

“Ser mineiro é comer um kaol”: Café Palhares e 80 anos de tradição mineira

“Ser mineiro é comer um kaol”

É o que se lê quando adentramos ao Café Palhares. Uma raridade em nossa Belo Horizonte que comemora 80 anos muito bem vividos. E foi lá, em uma plena quarta feira corriqueira, que me senti teletransportada para uma outra época em BH.

Pensar que por ali passaram vários intelectuais, músicos, políticos, que formaram a história da nossa cidade é um misto de nostalgia e emoção. Mais bonito ainda é ver a união familiar que preserva as raízes e as passa com muito carinho para as novas gerações que aos poucos vão assumindo o negócio da família. Se é o olho do dono que engorda o porco, eu acrescentaria no ditado, boas doses de amor.

É assim no Café Palhares: um público assíduo e um atendimento e cozinha com integrantes de equipe que estão por lá há mais de 30 anos. Mais uma raridade desta jóia no meio do Centro de nossa amada BH. 

Foto: Baixa Gastronomia | Eu, João, Hugo e Luiz ao fundo.

Conhecer o João e o Luíz (irmãos e sócios do Café) foi um privilégio. Tivemos um longo bate-papo, onde me contaram muito do que estou traduzindo em poucas palavras aqui para vocês..

O prato mais famoso é o Kaol, que é traduzido da seguinte forma:

A” é de arroz

O” é de ovo 

L” de linguiça.

E a cachacinha, que era servida para abrir o apetite, foi escrita assim mesmo, com “K”, para dar mais pompa ao prato.

Foto: BH Dicas

E foi ele, o nosso eleito, que eu, o Hugo e Nenel, pedimos para almoçar. Foi uma sensação de férias, no meio de uma semana de trabalho comum… e saí de lá com um orgulho danado de ter presenciado uma maneira simples e singela de preservar a tradição

Foto: BH Dicas

Para os fortes (ou para quem quer apenas um petisco mesmo), tem porção de linguiça feita na casa e pernil. Genteeee, esse molho vermelho tem receita guardada a 80 chaves, e é a coisa mais deliciosa! Experimente…

Com certeza é um tem que ir de BH! Eles brincam que para ser um mineiro legítimo tem que ter comido pelo menos uma vez na vida o Kaol, o meu batismo já está completo, e o seu? Bora lá?

Foto: BH Dicas

Não deixe de experimentar também o prato elaborado para o Comida di Buteco. O prato do Café Palhares faz referência a copa do mundo, é chamado de “Tá no Filó”– uma homenagem a Fernando Sasso. Iscas de pernil empanadas, cebolas crocantes e molho de pimenta com rapadura e cachaça. R$25,90.

Onde é: Rua dos Tupinambás, 638 no centro. Quando ir: seg a sab de 7 as 22O prato Kaol é servido de 10 da manhã as 10 da noite, incrível né? E o café está sempre cheio! Quanto custa: R$17,80.

Se você conhece, conta aqui o que acha?

Até!

bhdicas

Ver Comentários

  • RECOMENDO.. SOU DE BH E SINTO, COMO SE FOSSE REGRA A TODOS OS BELORIZONTINOS, VISITAR CONSTANTEMENTE O CAFE PALHARES... DIVINO KAOL.. E SEUS SABORES.

  • Excelente, embora ainda não tenha ido ao local. A fantástica Lanchonete Palhares, no também fantástico Mercado Central, é do mesmo grupo? Moro em Porto Seguro/BA e sempre que vou a BH, passo por lá para degustar aquela rosca de massa caseira espetacular, bem cedinho, café quentinho. Breakfast show!

    • Ei Antonio,
      Vem pra cá logooooo!! Hehe
      Não, essa que você está falando é outra.
      Vá conhecer o Café Palhares no centro e experimente o Kaol. Experiência UNICA.
      Volta aqui para me contar..
      Até

  • Eu estive neste Buteco mais de 5 vezes. Moro no interior de Minas, Palma-MG. Certa vez estava no centro, fazia muito calor, e deu aquela vontade de tomar um chopp. Me indicaram seguir a calçada onde estava e mais ou menos 1000 metros depois, lá estava o pomposo e delicioso Buteco do Café Palhares. Obra prima mineira. Naquele dia, tinha acabado de ganhar um dos títulos de comida de buteco. Toda vez que vou a BH, tenho de ir lá. Muito bom.

    • Ei Linio,
      Ameiiii sua experiência. Lá é mesmo um lugar #temqueir para os mineiros e para as visitas...
      Obrigada por comentar aqui.
      Até

  • Na década de 60, eu ainda criança, almoçava junto com minha mãe, quando vinha do interior consultar no IAPETEC. E o café era propriedade dos fundadores, família Palhares, primos da minha mãe. Palhares da cidade de Esmeraldas.

    • Ei Eudes,
      Tudo bem? Que legal essa história...
      O Café continua sendo dos fundadores. Passa de pai pra filho e já está indo para a quarta geração.
      Obrigada por acompanhar o BH Dicas.
      Até

      • Esses atuais donos não pertencem a família dos verdadeiros fundadores: os irmãos Palhares da cidade de Esmeraldas. Eles sim são os verdadeiros fundadores. Seus verdadeiros fundadores foram Newton Palhares Diniz e Antonio Diniz Palhares, irmãos do meu pai Domingos Palhares Diniz, que venderam o Café Palhares para a familia dos atuais donos. O Kaol foi criado pelos meus tios.

  • apesar de estar fora de belo Horizonte ha mais de 30 anos, lembro deste local e sua deliciosa comida, ainda menino, quando o café Palhares vendia ingressos para os jogos do mineirao.
    saudades.

  • Conheci a Família Palhares! Família linda e muito trabalhadora! Tudo SEMPRE feito com muito amor e dedicação! Fico muito feliz em saber que os herdeiros continuam mantendo o alto padrão e qualidade do famoso e delicioso Kaol. Quem é de BH, tem que conhecer e divulgar para quem ainda não teve a oportunidade de comer essa delícia!!!

  • Conheci a Família Palhares! Família linda e muito trabalhadora! Tudo SEMPRE feito com muito amor e dedicação! Fico muito feliz em saber que os herdeiros continuam mantendo o alto padrão e qualidade do famoso e delicioso Kaol. Quem é de BH, tem que conhecer e divulgar para quem ainda não teve a oportunidade de comer essa delícia!!!

  • Caro Eudes, na década de 60 não pertencia mais a família Palhares. Foi fundado em 1938 é vendido em 1945 para o pai dos proprietários atuais. Seus fundadores foram meus tios Antônio e Newton Palhares Diniz.

  • Beatriz Fontela, que boa lembrança! Alexandre, é isso mesmo, meu irmão. Lembrando que nosso pai Domingos Palhares trabalhava de madrugada. O bar não fechava. Além do "Kaol" tinha também o "Bossa nova", não menos delicioso. Pena que não continuamos esse legado. Hoje, de outra família.

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