À janela, a paz se misturava com a música ao longe. Era Belo horizonte, repleto de carnaval.
De repente, sentiu-se uma paz totalmente diferente das que havia sentido antes. Muitos, pela primeira vez, saíam de casa, tomando as ruas, desbravando a multidão, ecoando um coro ritmado em marcha. Alegria de quem conhece como que pela primeira vez algo que gosta. Outros, bem atentos ao rumo dos blocos, coordenavam a batucada, os hinos, mantendo o passo das canções, fazendo história.
Aqui se descobriu que se fantasiar é alegriar-se em resposta a uma série de coisas. De uma política que muitas vezes parece desatenta às reais necessidades das pessoas até uma visão de carnaval monetizado em que tudo vale o dobro do real.
Não demora e chegamos aos excessos, que adianto, contudo, estão por todos os lados. A falta de noção não escolhe endereço nem ideologia. Existe, no entanto, algo único se mostrando em todos. Único de várias maneiras. Cada um com sua razão ou em sua folia. Seja por um motivo ou por outro, é preciso cuidar muito de tudo isso que está acontecendo. Cuidar dessa torrente, desse mar de gente.
Crédito da Foto da capa: @emimagem – Bloco Baianas Ozadas
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