Quando o nosso filho nasceu, eu e minha esposa tínhamos um plano definido. Faríamos duas viagens no ano, sendo uma com nosso pimpolho, e outra apenas o casal.
Nos dois primeiros anos nosso plano transcorreu às mil maravilhas. Viajamos com ele para locais mais calmos, como Tiradentes, hotéis fazenda e Resort, mas também fizemos viagens sozinhos, como Buenos Aires e Fernando de Noronha, destinos mais voltados para adultos.
Ele sempre ficou super bem com as avós, o que foi um fator de tranquilidade para nossas viagens solo. A saudade que sentíamos sempre foi enorme, mas sabíamos que era importante passarmos um tempo juntos, somente o casal.
No entanto, quando ele estava com 3 anos, tudo mudou. Estávamos no carro discutindo uma viagem para a Europa, e se valeria a pena levá-lo ou não. Surgiram argumentos favoráveis e contrários da nossa parte e acabamos por decidir que seria melhor ele ficar, até que, de repente, ouvimos uma voz vindo do banco de trás do carro que dizia: “é muito feio os pais viajarem sem seu filhinho, coisa muito feia deixar ele para trás”.
Ficamos assustados, pois pensamos que ele nem estava prestando atenção na nossa conversa. Então perguntamos se ele gostaria de ir conosco e ele disse que sim, que queria muito.
Com isso embarcamos os 3 para a Europa em um roteiro pensado inicialmente para adultos apenas, e o nosso pequeno filhote se mostrou um super companheiro de viagem. Animado, bem-humorado, disposto a tudo que havíamos programado.
Na época levamos o carrinho de bebê, pois andaríamos muito e ele, mesmo estando acostumado a andar bastante, não aguentaria o ritmo. E o carrinho realmente ajudou bastante, tanto nos deslocamentos como para os soninhos em alguns momentos.
Fizemos uma pequena alteração da programação, que passou a mesclar atrações tanto para crianças como para adultos, com museus, parques, restaurantes, aquários, etc. O importante era que a viagem fosse interessante para todos.
Enfim, para nossa família agora tudo mudou. Não imaginamos mais como seria viajar sem ele. Esse ano por exemplo fomos novamente para a Europa com ele, e ele tirou uma nova nota 10. Na verdade, se portou melhor do que muito adulto. Naturalmente a viagem tem um ritmo diferente, mas nada que comprometesse o nosso planejamento. Claro que ainda pensamos que é importante uma viagem somente do casal, e não temos absolutamente nenhuma crítica a quem decide seguir esse caminho, que inclusive pensamos em trilhar novamente algum dia…
Respondendo à pergunta, devo ou não viajar com os filhos? Depende de você e da sua família. Não existe fórmula mágica, o importante é que todos se divirtam de uma forma leve, como toda viagem deve ser!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.