Ei gente!!!! Esses tempos extraordinários pedem novos olhares, né? O Grupo Corpo volta à cena apresentando: Primavera. Coreografia inédita de Rodrigo Pederneiras sobre música da dupla Palavra Cantada. É tempo, assim, de recomeçar, com a ideia da estação das semeaduras, em que um novo ciclo se apresenta.
Durante a pandemia, sem possibilidade de apresentações, o grupo liberou aulas remotas e vídeos nas plataformas digitais. Foram um sucesso, eu falei aqui por diversas vezes e participei de um. Foi então que, pensando ainda no online, com boas ideias e em conversas digitais, o coreógrafo mineiro Rodrigo Pederneiras e o compositor Paulo Tatit, desenharam o espetáculo que estreia logo mais, no Palácio das Artes.
Assim, nascido na pandemia, o balé incorpora – e, de certo modo, abraça – as interdições do momento. “Há somente três pas-de-deux”, comenta Rodrigo Pederneiras. “Só se tocam os bailarinos que são casais, vivem juntos” – Agatha e Lucas, Mariana e Elias, Karen e Rafael. “O restante do espetáculo se desenvolve em duos, trios, quartetos e todos mantêm distância entre si; há somente uma cena com oito bailarinos”.
Apesar do distanciamento físico entre os bailarinos, curiosamente a sensação de proximidade é forte – e os destaques individuais, mais constantes. “Em Primavera, temos a chance de ver cada elemento da companhia de maneira mais focada, mais íntima”, ressalta Rodrigo.
A trilha sonora:
Na trilha de Primavera, surgem 14 das canções de Paulo Tatit e Sandra Peres – compostas e gravadas entre 1999 e 2017 (relação completa no final do texto) -, remixadas e retrabalhadas.
Cenografia e Figurino:
Na construção da linguagem cenográfica de Primavera, a ideia inicial – de criar peças menores para a internet – ficou no fundo da cabeça de Paulo Pederneiras, diretor artístico e cenógrafo do Corpo. “Quando vimos que havia ali um arco, um conceito, um espetáculo inteiro, eu já estava testando o uso de câmeras e decidi tirar partido dessa ideia”, explica. “No espetáculo, posicionamos duas câmeras minúsculas à frente do palco, operadas da coxia, trabalhamos as projeções dos bailarinos em tempo real, projetadas numa tela de tule preto, atrás da cena”. É a primeira vez que a companhia usa o recurso em seus espetáculos.
No contraste com a caixa cênica negra, os figurinos criados por Freusa Zechmeister para as bailarinas são monocromáticos, em cores fortes – tons de amarelo, laranja, vermelho e verde -, com saias de musseline amassada que voejam, bordando o ar, sobre collants. Já os homens envergam figurino mais clássico, calças pretas de neoprene, com corte social mais despojado, com camisetas justas, off-white, em malha de algodão.
A noite termina com Gira, de 2017, de movimentos inspirados na umbanda, com a trilha poderosa do Metá Metá. A logística da cena sofreu adaptações: como os bailarinos não deixam nunca o palco – quando não estão no ‘terreiro’, o retângulo iluminado, se colocam nas cadeiras em torno, sob véus negros – as movimentações foram recalculadas para evitar ao máximo o contato e a proximidade.
Perde não!
Onde: Grande Teatro Cemig Palácio das Artes de Belo Horizonte de 10 a 14 de novembro. Ingressos no site.
https://www.eventim.com.br/artist/grupo-corpo/
Um beijo!
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