O Desfile de abertura do Minas Trend, na “Passarela Liberdade” (oi?), que aconteceu essa semana, me pareceu um reforço ao aprisionamento. Um sim aos estereótipos, que são causa de transtornos e depressões, principalmente nas mulheres. Não é de hoje que sabemos que o ambiente da moda é tóxico, o tempo passa, as discussões acontecem, mas na prática, nada muda. Pelo menos em Minas.
Logo que comecei o BH Dicas, sempre participava do Minas Trend. Tenho como propósito de trabalho, apoiar as marcas locais e nossos talentos. Fiz uma busca aqui nos posts anteriores, para entender esse caminho e na época meu foco era valorizar os estilistas e as marcas. Em 2017 relatei minha tristeza ao acompanhar o evento, mas o post estava no rascunho – irei colocar no ar, sem edições. Depois daí, fui desanimando devido a essa energia opressora. Apesar dos incômodos recorrentes cheguei a presenciar Preta Gil na passarela e Elke Maravilha na plateia.
Eu sei da importância de frequentar e estar presente em locais como esse, como um ato político. Para quem não quer gorda participando, sim, vai ter que ver e conviver. Mas a que preço? Não somos bem vindas.
A ideia do desfile no Palácio da Liberdade homenageando a moda mineira e seus criadores é linda, porém pareceu que estamos em 2000. Novamente modelos muito magras, em sua maioria brancas, representando ali 50 designers mineiros com suas criações, que envolvem só um tipo de pessoa e não vestem nem, eles próprios. As marcas não tem grade de tamanhos, não pensam nas diferenças e não levam em consideração a sociedade que vivemos. Ahhh, pra finalizar o show de horror, o tema era “Barroco Tecnológico”. Percebe?
Uma pena. Por aqui, um triste fim, com a história desse evento. Pelo menos por enquanto. Vejo o Minas Trend como um desserviço. Não tem volta, galera. A informação e a consciência da parcela excluída desse evento tem voz, tem valor e tem força.
Espero que evoluam. A moda deve ser inclusiva.
Um beijo.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.