Gastronomia

Criatividade e afeto na cozinha de Caio Soter

Adoro o Caio Soter. Acompanhei, meio de longe, o trabalho dele desde quando ele estava no Alma Chef; depois torci pela sua participação no programa Mestre do Sabor, com muito orgulho de BH. Fizemos uma campanha da Stella juntos, experimentei a comida do O Jardim, a qual ele faz parte do projeto, e foi na pandemia, que fiquei mais “próxima” virtualmente.

Quem acompanha o instagram do chef, além de se empolgar com as receitas que ele compartilha com linguagem simples, ficamos torcendo pra chegar domingo e ver se a avó fofa de Caio aparece fazendo algum prato delicioso! Me identifico demais porque lá em casa, minha avó também faz um prato pra cada neto, tentando agradar a todos. É muito mineiro isso, né?

Foto Chef Caio Soter e Daniel Tassi que comanda a cozinha do Pacato

A novidade que o Chef Caio Soter trouxe para a cidade, chama Pacato.

A escolha do nome veio da admiração por uma pintura “O Violeiro” de Almeida Junior, que causa em Caio, reflexões sobre o tempo das grandes cidades, da vida moderna, correria.. em contraposição da beleza e dos detalhes que podem se perder em meio a falta de tempo para contemplá-los. A proposta do Pacato é proporcionar um momento desacelerado. E cumpre.

Fui experimentar o Menu Degustação. São 7 tempos com a tríade: vegetais, porco e frango. Construído com ingredientes sazonais, de alta qualidade, com apoio a cadeia produtiva artesanal, cada preparação dá para sentir a inovação e a técnica, aliadas à afetividade.

Começa com um drink de boas vindas. Uma novidade da Yvy, rum artesanal, de Belo Horizonte acompanhada do pãozinho com manteiga de banha de porco. Porcos felizes, criados livremente, é bom dizer.. Aí vem o Couvert que tem o milho, verduras e o feijão em preparações únicas. Telha é chic né? Veja a de feijão: feijão branco, espuma de tutu, vinagrete de feijão fradinho e pó de feijoada.

Drink Yvy com rum
Pão com manteiga banha de porco

Ostra? Só que de minas! Um corte do dorso próximo a sobrecoxa, macio e suculento é servida na concha, com patê de fígado do frango, geleia de jiló e molho de jabuticaba e laranja. Vaca atolada? Tem sim, mas uma versão maravilhosa, com mais mandioca do que carne, com folhas de agrião e manteiga de garrafa. Vem o prato de creme de milho com jiló defumado, recheado e finalizado com pó de quiabo. A sopa de pé de porco com legumes e o meu preferido foi o peito de frango assado com purê de cenoura e gengibre. Sério, de comer rezando.

A experiência é finalizada com releituras de tradicionais combinações mineiras, marmelada de tomate com sorvete de capim santo e broa de milho com doce de leite fermentado.

A cozinha é aberta e a gente consegue ver a magia acontecendo lá dentro. Acho suuuper legal quando os restaurantes optam por essa alternativa no projeto, assim a gente pode admirar os talentos e matar nossa curiosidade de funcionamento. A harmonização é feita com vinhos pelo sommelier Gustavo Giacchero , embaixador do Vinhos Alantejo 2020 busca rótulos de qualidade no Brasil e no mundo!

E a trilha sonora??? Thiago Delegado e Vitor Velloso (músico e um dos sócios), além de terem feito uma música especial para o Pacato, inspirados em Guimarães Rosa, selecionou canções que remetem a nossa mineiridade, fugindo do comum!

Espere técnica, muito sabor, afetividade e inovação. Um menu moderno que respeita nossas tradições, com execução impecável. É um convite ao nosso paladar a experimentar os sabores de maneira surpreendente.

Parabéns ao Chef Caio Soter e toda sua equipe! Vida longa ao Pacato!

O Restaurante Pacato tem capacidade para 48 pessoas, funciona com reserva, de Quarta a Sábado, das 19:00 às 23:00. É na Rua Rio de Janeiro, n 2735, Bairro Lourdes. Além do MENU Degustação, tem opções de outros pratos a la carte. Não é difícil achar vaga, ok? Veja o site https://pacatobh.com.br/

Um beijo

bhdicas

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