Categories: Pra refletir

As peneiras e o processo terapêutico

As peneiras e o processo terapêutico? Achou estranho, bizarro? Eu explico.

O processo terapêutico tem data para começar, mas não tem dia certo para terminar. Cada indivíduo traz e trabalha suas próprias questões no seu ritmo. O processo terapêutico possibilita descortinar situações que trazem sofrimento, angústia e dor para o paciente. Entender os conflitos, ser sujeito das suas ações, humanizar-se, ampliar a consciência e compreender a forma de interação com o mundo são algumas das questões abordadas neste processo que pode durar alguns anos.

Cada paciente identifica, durante o processo, aquilo que tem a ver com ele próprio. Levar uma peneira é algo que pode ajudá-lo nesta jornada.  A peneira é um utensilio utilizado para separar alimentos, areia, o leite da nata e serve como um filtro para separar o que quiser. O sentido que proponho para falarmos sobre peneira é figurado e a peneira que devemos levar ao processo terapêutico é simbólica.

O psicoterapeuta ajudará na ampliação das possibilidades e lançará hipóteses terapêuticas para que o paciente identifique aquelas suposições que realmente façam sentido e tenham a ver com a sua própria vida. Levar uma peneira para o atendimento significa que, ao terminar a sessão, o paciente deve levar com ele, ou seja, na sua peneira, aquilo que fez sentido e que realmente o tocou de alguma forma.

O psicólogo deve ficar atento e tomar cuidado para não se apegar a hipóteses que não tenham a ver com o paciente e que, talvez, façam sentido apenas para o psicoterapeuta. Já dizia Minuchin, “Cuidado para não se apaixonar pelas hipóteses”. E quem tem que ter este cuidado é o psicólogo ao abrir as possibilidades para o paciente e acabar se apegando a uma presunção.

Acontece, também, de o psicoterapeuta entender a situação de uma forma e o paciente não conseguir chegar até o ponto proposto pelo profissional. Sabemos que lidamos com a resistência dos pacientes e que esta resistência pode impedir o paciente de ampliar o olhar diante de determinado fato vivido. Após algum tempo de processo terapêutico pode acontecer do paciente se conscientizar daquilo que o psicólogo havia pontuado em sessões passadas. Desta forma, a dificuldade de entendimento é do paciente e não do psicoterapeuta.

É necessário que as peneiras levadas ao processo estejam com suas telas trançadas uniformemente, nem muito espaçadas e nem muito juntas, mas sim suficiente para captar o que for preciso em cada atendimento.

Aproveite que ainda estamos no início do ano, procure um profissional capacitado para ajudá-lo a fazer uma faxina interna e a lidar com a desordem interior. E lembre-se de levar a sua peneira.

bhdicas

Posts Recentes

Imersão no P7

P7 Criativo: O Hub de Inovação e Economia Criativa em Belo Horizonte

1 de setembro de 2025

Festival CURA BH: a Praça Raul Soares é o palco da arte

Praça Raul Soares vira palco de arte e cultura com música, esportes e novos murais…

31 de agosto de 2025

Fire Festival celebra 10 anos

Evento promovido pela Hotmart, reúne maiores empreendedores digitais de diversas partes do mundo.

28 de agosto de 2025

Thank you for trying AMP!

We have no ad to show to you!