É interessante o quanto o conceito do dia 08 de março, ao longo dos anos, foi mudando pra mim. Antes entendia o Dia Internacional da Mulher, como um dia especial, feliz e de homenagem com flores, bombons e presentes.. mas com o passar dos anos e claro, na medida em que fui adquirindo mais conhecimento, entendi que sempre foi um dia de luta. A reflexão é muito necessária e ao contrário de alguns anos atrás, flores não fazem mais sentido. Eu fico com os sentimentos misturados. Raiva, tristeza e sim, alegria pelas conquistas.
Não senti vontade de manifestar nada no dia 08 de março, mas quero contribuir ainda, aproveitando que o mês todo, de uma maneira geral, levanta debates sobre como é ser mulher no mundo hoje. Outro dia ouvi um podcast sobre feminicídio, que bateu fundo aqui dentro.
Ângela Diniz era conhecida como “Pantera de Minas” em Belo Horizonte. Considerada presença ilustre e importante na sociedade mineira, em 1976 foi assassinada com quatro tiros numa casa na Praia dos Ossos, em Búzios, pelo namorado Doca Street, réu confesso, que foi visto como vítima. No podcast, ainda é citado o caso de outras duas mulheres, de Belo Horizonte, que também foram assassinadas pelo marido e que tiveram a pena reduzida sob o argumento de “legitima defesa da honra”.
Eu escutei o podcast em poucos dias e por diversos momentos fiquei arrepiada com as histórias. Na verdade, quase o tempo todo. A mim, impactou. Não foi fácil escutar tudo que aconteceu, entender com os fatos reais, como a sociedade pensava nos anos 60 e constatar que ainda temos , realmente, muito a se fazer. Saber os detalhes do funcionamento da nossa tradicional família mineira no resgate de toda essa história, me fez ressignificar algumas experiências e entender com mais clareza o que vivemos hoje.
Recomendo!
O Podcast tem 8 episódios, é produzido pela Rádio novelo e apresentado e idealizado por Branca Vianna. Espero que goste!
Um beijo <3
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